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Camisas da Polícia Penal

terça-feira, 1 de maio de 2012

Quatro agentes prisionais foram tomados como reféns no Raio 1, pelos presos, que estavam armados com chuços (arma artesanal feita com pedaços de ferro)


Clima é tenso na Mata Grande, em Rondonópolis; sindicato denuncia precariedade do local
Divulgação
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Sindicalista João Batista diz que agentes estão sob perigo constante na Mata Grande
KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
Detentos da Penitenciária da Mata Grande, localizada no bairro Jardim das Flores, em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) promoveram um motim na Ala Amarela, no final da manhã de segunda-feira (30).

Quatro agentes prisionais foram tomados como reféns no Raio 1, pelos presos, que estavam armados com chuços (arma artesanal feita com pedaços de ferro).

Os presos solicitaram a presença do juiz da Vara de Execução Penal, Wladymir Perri, que foi até o local e anotou nomes de, pelo menos 100 presos, que alegam já terem cumprido as penas e continuam presos.

Os reféns foram liberados, após o juiz ter garantido que irá analisar os casos.

O Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário de Mato Grosso (Sindspen) garante que a situação no local é preocupante. Segundo o presidente, João Batista Pereira de Souza, os presos deram um prazo de seis dias para o juiz analisar os casos, sob a ameaça de fazerem uma rebelião na penitenciária.

Outro alerta feito por Souza é de que o local abriga presos de alta periculosidade, como traficantes poderosos e homicidas, de vários locais de Mato Grosso.

O sindicalista apontou que a precária estrutura física da penitenciária favorece a ação dos presos.

De acordo com Souza, a Mata Grande foi projetada de forma que, para realizar os trabalhos, é necessário que mais de um agente tenha contato direto com os presos. "Nos treinamentos de gerenciamento de crises estudamos que, quanto menos agentes tiverem contato com os presos  melhor é para controlar a crise. Mas a realidade na Mata Grande é outra, parece que foi feita sem planejamento e isso favorece a ação dos detentos. O caso desse motim de hoje foi simples. Ocorreu que os presos que são liberados para trabalhar fora, quando retornaram tomaram os agentes como refém, estavam armados... É uma insegurança muito grande", disse.

Outra reclamação é sobre a falta do grupo de contenção, que são agentes que trabalham para dar apoio aos demais agentes que trabalham no interior dos presídios, durante uma operação de revista, por exemplo.

“O local esta sob constante perigo. O efetivo é reduzido e tem o problema da superlotação. Não existe grupo de contenção, assim os agentes ficam muito expostos. Até a Polícia Militar chegar e dar o apoio, os agentes já estão nas mãos dos presos. É outro caso de falta de comando”, revelou o sindicalista.

Outro lado

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), por meio da assessoria, informou ao MidiaNewsque a situação já esta sob controle e que as negociações com os presos ocorreram "de forma pacífica".

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