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domingo, 29 de dezembro de 2013

REFLEXÃO DO DIA :DOUTOR SEM DOUTORADO.


Doutor sem doutorado
O Minidicionário Brasileiro, de Alpheu Tersariol, publicado pela editora Edelbra, trás a seguinte definição para a palavra doutor: O que colou grau numa universidade e recebeu a mais alta graduação após defender tese em determinada disciplina literária, científica ou artística; aquele que se diplomou em uma universidade; homem muito douto.
O que a princípio parece se tratar de um equívoco ou ainda de uma forma de respeito, na verdade nada mais é do que uma herança da qual deveríamos nos envergonhar.
O uso indiscriminado da palavra doutor no Brasil tem sua origem nas relações de domínio de uns sobre outros, principalmente durante o período colonial. Atualmente continua sendo nestas relações de domínio que tal fato se perpetua, não mais entre senhores e escravos ou coronéis e empregados, no entanto, ocorre e ainda está longe de acabar.
Quem nunca se pegou chamando um advogado, um delegado ou um médico de doutor? Ou ainda, já notaram como numa conversa entre estes sujeitos todos são doutores? Para finalizar, já perceberam como o saldo bancário tem sido o principal aspecto levado em conta para merecer o título de doutor? Levanto tais questionamentos a fim de evidenciar as relações desiguais da vida cotidiana, onde há claramente a presença de sujeito subordinante e sujeito subordinado.
É por estes, dentre outros fatores, que digo se tratar de uma herança vergonhosa o uso indiscriminado do “doutor”. E vou além ao dizer que, para mim, mais parece se tratar de pessoas de mente pequena, baixa autoestima e iludidas que acreditam serem melhores que as outras e que se acham no direito de subjugá-las.

Max Miranda

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