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Camisas da Polícia Penal

sábado, 29 de dezembro de 2012

Minas vai prender 500 'líderes' em roubos até fevereiro, diz secretário.



CHEFE DA DEFESA SOCIAL, RÔMULO FERRAZ COMENTA CRIMINALIDADE NO ESTADO.
SEGUNDO ELE, EFETIVO DE POLICIAIS, CÂMERAS E APREENSÕES VÃO AUMENTAR.

Cristina Moreno de CastroDo G1 MG
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Secretário de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, Rômulo de Carvalho Ferraz, em balanço sobre ações de 2012. (Foto: Cristina Moreno de Castro/G1)Secretário de Estado de Defesa Social de Minas,
Rômulo de Carvalho Ferraz. (Foto: Cristina Moreno
de Castro/G1)
O secretário de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, Rômulo de Carvalho Ferraz, disse ao G1 que traçou quatro estratégias para tentar combater o alto número de roubos no Estado, que bateu recorde no mês de novembro, de acordo com relatório divulgado nesta sexta-feira (28) pela Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds).
Segundo ele, cerca de 500 líderes no crime de roubo foram mapeados e serão presos até fevereiro de 2013. Além disso, haverá aumento nas câmeras de segurança usadas pela Polícia Militar, no efetivo policial e no foco de apreensões de armas de fogo, diz o secretário. Ele também promete aumentar a transparência na divulgação dos dados estatísticos, que atualmente não informa o número total de vítimas de cada crime nem os dados de cada município de Minas.
Veja abaixo a entrevista na íntegra.
G1 - O que explica o aumento dos crimes violentos contra o patrimônio?
Rômulo Ferraz - O grosso [dos crimes violentos] é roubo. Responde por 90% do total. Homicídio é o crime mais grave, é o foco prioritário. Mas nos preocupa muito o roubo também. No país todo, o roubo vem crescendo e, de um tempo para cá, todos os estados têm tido dificuldade [em controlá-lo] porque a legislação facilitou muito a soltura desses sujeitos que cometem crime contra o patrimônio. Tem sujeito que a PM prende dez, quinze vezes e continua solto, porque tem fiança. Esse é um problema grave, porque a legislação se tornou muito benevolente para esse tipo de crime. Às vezes num só dia o sujeito pratica uma dezena de roubos. É um crime muito banalizado, muitas vezes é praticado sem arma de fogo, só mediante ameaça.
G1 - Quais as estratégicas para resolver o problema dos roubos em 2013?
Rômulo Ferraz - Nesse ano de 2012 houve um foco muito grande no homicídio e conseguimos, depois de um aumento muito grande em 2011, de 17% em relação a 2010, estabilizar esse número, e agora a gente trabalha em 2013 para retomar o processo de queda de homicídios. O que também preocupa são os crimes de roubo, porque em termos de volume é muito grande. Temos uma série de estratégias definidas para os próximos dois, três meses. A Região Metropolitana de Belo Horizonte, mais UberlândiaGovernador ValadaresMontes Claros e Ipatinga, respondem por 80% desses crimes. No último mês, definimos alguns indivíduos considerados alvos, porque já praticaram vários crimes contra o patrimônio, às vezes crimes violentos, e que continuam soltos. Vamos obter mandados de prisão desses indivíduos.
G1 - Quantos indivíduos?
Rômulo Ferraz - Algo em torno de 500 indivíduos no Estado, a maioria na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Eles já praticaram muitos crimes dessa natureza e também têm algum tipo de liderança nesse tipo de criminalidade.
G1 - A meta é prendê-los até quando?
Rômulo Ferraz - No prazo de um a dois meses. Alguns já foram presos, no Vale do Aço. Mas vamos intensificar nos próximos dois meses, como prioridade.
G1 - E por que eles não foram presos antes?
Rômulo Ferraz -
 Porque muitas vezes são presos pela PM, mas recebem fiança, alguma coisa assim. Esse tipo de crime está difícil de deixar o sujeito preso.
G1 - E como garantir que agora vão ser mantidos presos?
Rômulo Ferraz -
 Estamos priorizando a manutenção desses indivíduos identificados como alvos pra ficarem recolhidos. Outra prioridade é exercer o controle de crimes contra o patrimônio do ponto de vista logístico. Isso vai ser feito através de uma ampliação muito grande do sistema de videomonitoramento do estado em 2013. É um investimento de R$ 50 milhões. Vão ser implantadas no estado mais 800 câmeras de videomonitoramento, nas  20 principais cidades do estado. Vai ajudar muito, inclusive no enfrentamento de uma dificuldade muito grande que é o efetivo da Polícia Militar.
G1 - Hoje são quantas câmeras?
Rômulo Ferraz - Hoje são 600. O sistema vai mais que dobrar. Em Belo Horizonte, por exemplo, temos hoje 160 câmeras. O município comprou mais 160 que já licitou e contratou e a Seds vai entrar com mais 160. Então BH vai triplicar o número de câmeras em 2013. Elas são geridas pela PM e têm um poder extraordinário: onde foram implantadas, a redução de crimes contra o patrimônio foi de 30 a 40%. É um custo-benefício muito grande para um sistema que tem a dificuldade de perda do efetivo na Polícia Militar e Polícia Civil muito grande. Estamos procurando superar [a perda de efetivo] através de concursos que já estão em andamento. A Polícia Civil tem 1200 cargos de delegado hoje. Desses, 400 estão vagos e em fevereiro esses 400 delegados já estarão nas delegacias.
G1 - Quando vai iniciar o videomonitoramento com as novas câmeras?
Rômulo Ferraz - A licitação deve iniciar no comecinho do ano e a gente quer que no fim do primeiro semestre, ou começo do segundo, essas câmeras já possam estar instaladas. E a reposição dos efetivos, com concurso de 1700 policiais militares, vai ser no final de 2013, começo de 2014, porque o concurso é demorado.
G1 - O que mais será feito para combater os roubos?
Rômulo Ferraz - A quarta estratégia é trabalhar pra crescer ainda mais o número de apreensões de armas de fogo. Em 2011 apreendemos 20 mil armas, neste ano também 20 mil. Mas é muito grande ainda a circulação de armas, não há controles nas fronteiras, elas são vendidas no Paraguai. E elas muitas vezes são usadas em roubos e homicídios.
G1 - Sobre a divulgação dos dados estatísticos, pedimos os dados mensais de 2011 e a assessoria de imprensa da secretaria disse que não estão disponíveis...
Rômulo Ferraz - Antes a secretaria divulgava [as estatísticas de criminalidade] trimestralmente. Durante 2011, a Seds não divulgou. Tomei posse em março. Passamos a divulgar mensalmente e estamos ajustando o sistema para dar a maior transparência possível. Se for possível divulgo também os de 2011, porque tenho que checar se a metodologia é a mesma, já que  aprimoramos a metodologia.  Em janeiro vai ter uma divulgação, no dia 10, dos números de 2012.
G1 - E há previsão para divulgar os dados de cada município?
Rômulo Ferraz - O sistema carece ainda de aperfeiçoamentos pra gente ter segurança de não vamos ter o número depois contraditado. Vou começar agora por Belo Horizonte e vou ver se consigo também já soltar os números dos maiores municípios. Vamos definir isso nos próximos dias.
G1 - Então podemos falar que a partir de janeiro a Seds também vai divulgar os crimes por número de vítimas e por município?
Rômulo Ferraz - A partir de janeiro vamos divulgar as vítimas. A variação é muito pequena emMinas Gerais, coisa de 2% só. [Sobre o número por municípios] Vamos ver se a divulgação será de todos os municípios ou só dos maiores.
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28/12/2012 20h10 - Atualizado em 28/12/2012 20h17

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