Números recentes revelam que de 2005 a 2010 foram presas 135
mil pessoas, mas só foram criadas 58 mil vagas. Hoje, nossa população
carcerária ultrapassa 500 mil pessoas, que na prática, vivem amontoadas,
distribuídas numa média de 10 pessoas por vaga. Mas, segundo uns dos princípios
da física mais conhecido, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.
Para alguns, o sistema prisional brasileiro foi sucateado e
os investimentos só acontecem quando há crise mais visível, através de
rebeliões. Por outro lado, muitos afirmam que a política de construir presídio
para acabar com o déficit carcerário é como cachorro correndo atrás do próprio
rabo.
Já a população de um modo geral aposta na varredura dos
bandidos das ruas, trazendo de volta a paz social; porém, sabemos que não é bem
assim. Como em outras áreas, esse setor também está politizado e o primeiro
passo para organizá-lo é colocando especialistas no comando. Depois, é preciso
investir na ressocialização.
São várias as leituras que podemos ter, pois, se a população
carcerária vem crescendo, é porque de certa forma certos crimes tiveram
endurecimento na punição. Por outro lado, a prisão provisória representa cerca
de 40% do total de detentos a cada ano. Se continuarmos nesse ritmo, chegará um
dia em que a população carcerária será predominante na sociedade brasileira.
Advogado criminalista

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