Cerca de 420 detentos do Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, no bairro Santa Maria, zona sul de Aracaju (SE), mantêm cerca de 120 reféns --sendo três agentes carcerários-- desde a tarde deste domingo (15).
Um agente penitenciário que estava no local no começo do tumulto conseguiu escapar dos detentos e pulou do telhado do presídio, de uma altura de aproximadamente seis metros. Ele quebrou uma das pernas, mas foi atendido por uma equipe do Samu. O policial informou que os reféns são familiares dos detentos e preferiram continuar no local, mesmo sendo liberados por eles.
Segundo a polícia, os presos estão armados com três escopetas e facas. A todo momento, relatam os policiais, eles ameaçam os carcereiros.Os prisioneiros tomaram ainda os radiocomunicadores dos carcereiros e se comunicam por meio desses aparelhos.
A luz na localidade foi cortada, ainda não se sabe se pelos presos ou pela polícia, e há sinais de fumaça. Dois cães de guarda do presídio foram mortos pelos presos. Os detentos destelharam o prédio do complexo penitenciário e atearam fogo em colchões.
Os presos acusam os agentes penitenciários de agressões e também pedem melhoria na comida que é servida a eles. A área operacional do presídio é administrada por uma empresa privada.
Entre os detentos deste presídio há o italiano Davide Migani, 42 anos, preso ano passado com 300 quilos de cocaína dentro de um veleiro que naufragou na praia de Atalaia.
O secretário do Estado de Justiça, Benedito Figueiredo, e o promotor criminal da 7ª vara, Luiz Claudio Almeida Santos, negociavam uma rendição, mas o diálogo foi suspenso à 1h e deve retornar no início da manhã
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Dois reféns são liberados em rebelião de presos
Mais de cem pessoas são mantidas reféns em presídio deste a tarde de domingo
com R7
Dois dos cerca de cem familiares de presos que foram feitos reféns no Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, em Aracaju (SE), foram liberados por volta das 7h30 desta segunda-feira (16). O motim que envolve cerca de 400 detentos teve início por volta das 14h de domingo (15), de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado.Além de parentes, três agentes penitenciários continuavam em poder dos amotinados no início da manhã. O capitão Marcos Carvalho, do Núcleo de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, estava no comando das negociações.
Ainda no domingo, um rádio foi entregue a um dos detentos que comanda a rebelião, iniciada no horário de visitas. Ele denunciou sessões de espancamento dentro do complexo penitenciário.
Segundo a secretaria, os presos reclamam sofrer maus-tratos e reivindicam o afastamento do diretor do presídio e respeito com os visitantes, principalmente com as mulheres. Por volta das 7h30, dois reféns, parentes de um dos presos, foram liberados.
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A energia do presídio chegou a ser cortada a pedido da Polícia Militar por volta de 20h30, mas já tinha sido restabelecida por volta de meia-noite. Vários rebelados foram para o telhado do prédio, mas a SSP não confirmou a fuga de nenhum detento. Um agente penitenciário ficou ferido e foi encaminhado ao Huse (Hospital de Urgência de Sergipe).
Os detentos estavam armados com focas e escopetas que foram roubadas de uma sala do complexo penitenciário. Colchões foram queimados como sinal de protesto.
Foi divulgado que 128 visitantes estão sendo mantidos reféns, entre mulheres e crianças. O presídio abriga 476 presos e fica em uma área povoada de Aracaju.
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