Na ocasião, a diretora do Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP/Brasil), Mariza Paola, e o diretor do Consórcio de Gestores Prisionais Associados (GPA), Marcos Assunpção Pacheco Medeiros, apresentaram um workshop sobre a funcionalidade e a operacionalidade dessas duas modalidades de gestão e as experiências já desenvolvidas nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Participaram da exposição gerentes da AGSEP das áreas de políticas penitenciárias, segurança prisional e inteligência prisional. Entre eles, o diretor de Segurança Prisional, Manoel Leandro. Após a apresentação de slides, os participantes tiraram dúvidas sobre as experiências das empresas em execução no Brasil (foto).
“As informações colhidas de governos como o de Minas e do Espírito Santo com as modalidades de gestão prisional que empreenderam em seus estados foram extremamente importantes para, no mínimo, visualizarmos a possibilidade da implantação dessa inovação na realidade penitenciária goiana, conforme já sinalizou o governador Marconi Perillo. Nesse sentido, a busca da nossa gestão é de aprofundar o conhecimento sobre a questão para uma maior contribuição ao governo, no debate trazido para Goiás”, disse Brito.
Gestão
Os dois representantes das empresas convidadas explicaram diferenças entre a modalidade de gestão que as duas executam e as vantagens de cada uma. A INAP trabalha a cogestão, que difere de terceirização, sendo um conceito que pressupõe administração conjunta entre o Estado e a empresa, na qual os dois são responsáveis pelas atividades inerentes à administração prisional, conforme as regras determinadas pela Lei de Execuções Penais (LEP). Já no segundo caso, o Estado delega a uma empresa especializada em gestão prisional a responsabilidade do planejamento, execução e supervisão das obrigações estabelecidas na LEP, como as assistências jurídica e à saúde.
No exemplo exposto sobre o Espírito Santo, a INAP apresentou resultados de uma gestão com foco na educação e no trabalho para a população carcerária, na qual 80% dos presos estudam. “Esse é o melhor índice do Espírito Santo, se não o melhor do país”, afirmou Mariza de Paola. Outro indicador da excelência no trabalho realizado pela empresa é o não registro de rebeliões, motins ou conflitos internos entre os detentos. No vídeo institucional apresentado pela diretora à AGSEP, os ambientes prisionais como as celas do presídio administrado em cogestão pela INAP apresentam rigor nos aspectos de higiene, disciplina e conforto. No Espírito Santo, a empresa contratada se responsabiliza pela guarda interna; movimentação do preso interna e externa como escoltas; atendimentos à saúde e jurídico; alimentação, higiene, enxoval do preso, e atividades socioeducativas para a população carcerária, como estudo, trabalho e qualificação profissional. Já o Estado, se responsabiliza pela construção predial e a fiscalização do cumprimento das cláusulas contratuais.
No segundo exemplo exposto, sobre Minas Gerais, no qual a gestão será realizada pela GPA, cujas obras estão na fase de terraplanagem, a empresa assumirá responsabilidades desde o projeto predial e a construção do estabelecimento prisional até as atividades inerentes à administração prisional. Nesse caso, o Estado realiza o controle da execução das obrigações contratadas e disponibiliza a infraestrutura para o funcionamento do estabelecimento, como esgoto, água potável e vias de acesso interno, como ruas asfaltadas. “O modelo é pautado por experiências realizadas nos Estados Unidos, Chile e França e adequado à realidade brasileira, bem como às especificidades das localidades nacionais”, afirmou Marcos Assunpção. “Em Minas, os atendimentos à saúde, jurídico e a quantidade de profissionais multicapacitados atendem aos padrões determinados pelo governo local para uma gestão de excelência”, completou ele. No estado mineiro, a GPA realizará o reaproveitamento de 50% da água utilizada no presídio.
Goiás
A proposta inicial do governo goiano, anunciada pelo governador Marconi Perillo, é da gestão na modalidade PPP, a exemplo do governo de Minas Gerais. O projeto é de executar a ideia inovadora em Goiás em um novo presídio, que deverá ser construído no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. De acordo com Brito, o planejamento já pensado é o de uma PPP para a edificação de um estabelecimento prisional de regime fechado em substituição à Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), instalada no Complexo. Além disso, a outra proposta é de uma cogestão para o presídio de Anápolis para ampliação em 90 vagas e reforma geral do prédio atual. “Essas duas ações já estão sendo discutidas”, finalizou o presidente da AGSEP.
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