BLOG DO CORLEONE

Camisas da Polícia Penal

sábado, 16 de abril de 2011

Diretor do presídio atira no teto ao presenciar vigilantes noturnos dormindo no Meio-Oeste de SC

Visita do diretor serviria para verificar segurança na unidade de Caçador depois que um detento fugiu

Daisy Trombetta | daisy.trombetta@diario.com.br
O diretor do presídio de Caçador, no Meio-Oeste catarinense, ao fazer uma visita ao presídio na madrugada de domingo, deu um tiro de pistola no teto da recepção. Jair Boaventura alega ter encontrado as luzes apagadas e se assustado com a presença do vigilante, que estaria dormindo, por volta da 1h.

O disparo não atingiu ninguém, mas está causando polêmica na cidade. Além do vigilante, que já foi afastado e aparece nas imagens do circuito interno do local usando pijama e carregando um colchão, outros três agentes e dois policiais militares estavam no local.

O diretor diz que os policiais só apareceram na recepção 23 minutos após o disparo, segundo cálculos das imagens do sistema de segurança. Segundo ele, todos deveriam estar alertas à segurança do local, que abriga cerca de 300 detentos.

— Levei um susto ao ver o vigilante no meio da escuridão. Pensei que alguém tinha invadido o presídio e atirei — afirma.

Ele garante que encaminhou, na tarde de segunda-feira, relatórios com esclarecimentos sobre o caso ao Ministério Público (MP), Polícia Militar (PM) e Departamento de Administração Prisional (Deap).

A visita do diretor
O diretor do presídio afirma que a visita da madrugada de domingo serviria para verificar a segurança da unidade, e teria sido motivada pela fuga de um detento do regime semiaberto, na tarde de sábado.

Boaventura conta que abriu o portão com o controle pessoal, bateu várias vezes nas portas e demorou para ser atendido. O diretor estava com o carro e a arma pessoais.

Ele admite ter chamado a atenção dos soldados que estavam de plantão na guarita e que os agentes do Deap estariam a postos na área de segurança.

— Como sou subtenente aposentado da PM, a hierarquia militar permite que eu chame a atenção deles. Já recebemos ameaças de resgate de presos, temos que nos preocupar com a segurança — diz.

PM vai apurar demora de policiais

A suposta demora da chegada dos policiais está sendo apurada pelo comando da corporação. Cópias das imagens das cerca de 20 câmeras de segurança do presídio devem ser solicitadas ao diretor. Poderá ser aberto um processo administrativo ou um inquérito policial.

Segundo o tenente Hugo Burin, os soldados que trabalham nas guaritas só têm obrigação de fazer a segurança externa do presídio. Mas devem estar atentos à preservação da segurança.

O tenente não dá maiores detalhes do que pode acontecer, já que nenhum processo foi instaurado até agora. Mas promete que possíveis excessos e omissões serão punidos, de ambas as partes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário