BLOG DO CORLEONE

Camisas da Polícia Penal

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Desabafo feito por um agente penitenciário a Imprensa:
“Governo do estado tenta jogar culpa pelo caos nos presídios em seus funcionários”,
Olá nobre Daniel Menezes,
Sou Agente Penitenciário e estudante de C&T da UFRN, casado e pai de dois filhos.
Fiquei muito feliz ao ver que este importante veiculo de informações(Carta Potiguar) abordava o tema
com que tenho mais familiaridade, Alcaçuz e o sistema penitenciário. Mas foi como um soco no estomago,
um dor intima, ver que o sr. “comprou” a versão oficial ventilada pela mídia de que “indícios de facilitação nas fugas são gritantes”.
A dias acompanho o desdobramento do tema, e como nunca havia vivenciado algo por este angulo que agora me encontro, ficoestarrecido, perplexo e chocado com a covardia estatal, e a total submissão dos veículos de comunicação aos interesses do governo.
Recorto jornais diariamente e quase choro percebendo a má fé dos jornalistas, e me sinto impotente e sem saber em quem confiar.
Tem sido feito um julgamento público dos agentes penitenciários, mas a defesa destes tem sido cerceada, as raríssimas entrevistas são editadas, e uma mancha terrível sobre a categoria tem sido lançada. Uma mancha da qual não somos merecedores, e que já esta tendo um efeito desastroso sobre todos os servidores, que são contestados dentro de suas casas por familiares e cônjuge. Uma covardia sem tamanho, que esta gerando uma onda de desestimulo e desvalorização como nunca vi. O governo esta tentando transferir sua culpa no maior desastre prisional do estado para os servidores. Parece que a sociedade quer por que quer simplificar tudo como culpa da corrupção humana e o governo dá o que todos são capazes de compreender, a imagem de um servidor público inútil e intrinsecamente corrupto como responsavel por tudo. Isso é facil de digerir, pois a culpa é dele, e nao nossa(da sociedade inerte e que compactua com governos corruptos, os verdadeiros culpados).
Para mim, é perfeitamente compreensível que o senhor e os demais, leigos no assunto, não entendam o que se passa. Por isso me coloco a disposição, para que, se estiver interessado em ouvir o outro lado da história, o lado B, o que não sai nos jornais, e quando sai é uma nota de roda pé e sem “carimbo de confiabilidade”, aquele velho “ele que ta dizendo, eu nao acredito nisso ai, eu coloco em duvida”, o Sr. pode me enviar um email ou me ligar, que eu teria o maior prazer em lhe mostrar que não é assim que “a banda toca” por aqui. Os que vivênciam a realidade e sabem o que ocorre realmente nunca é ouvido, e na verdade é desqualificado como fonte confiável, e quem expõe opinião são pessoas que nunca, nunca, nunca, colocaram os pés em um pavilhão de penitenciária, como Juízes, Promotores, Coronéis e Secretários, a não ser protegidos por 50 homens do batalhão de choque, ou seja, não conhecem a rotina(eles entraram nessas ultimas vistas, mas deixa eu te contar, normalmente, nas visitas que determina a lei, eles só vão até a sala do diretor e voltam) . Perguntem a quem entra lá diariamente com mais 3 ou 4 colegas!!!


Presos tentam fugir e são impedidos por agente penitenciário
Uma fuga de presos foi abortada na tarde da última sexta-feira (10) na penitenciária do município de Oeiras, a 313 km de Teresina, pelo agente penitenciário Francisco Guimarães. Durante o banho de sol, os detentos retiraram um ferro de uma carteira escolar e ao retornarem para a cela tentaram abrir um buraco em uma das paredes.

Desconfiado do comportamento dos presos e pelo fato da cortina do banheiro estar em outro local, o agente Guimarães entrou na cela e descobriu um buraco na parede que dava acesso a um corredor que não é visto pelos policiais militares que fazem a segurança no local, numa guarita que fica do lado externo do presídio.
Imagem: Mural da Vila Instrumento com o qual os presos abriram o buraco na parede da cela
Dos 11 presos que estavam na cela, cinco confirmaram a intenção de fuga. O buraco era camuflado com a cortina e a areia da parede era escondida em baldes usados para lavar roupas. Após a tentativa de fuga, todos os detentos foram remanejados para outras celas.

A penitenciária de Oeiras requer uma reforma urgente. As condições de higiene são precárias, assim como toda sua estrutura física. Os detentos reclamam dessa situação, como também da superlotação, uma vez que a capacidade é para 30 presos e atualmente abriga 65 detentos. Outra reclamação dos presos é em relação ao atraso do julgamento.

Outro sério problema é a deficiência de agentes no plantão para dar assistência aos detentos, sendo necessária a convocação de agentes na sua folga para levar os presos às audiências, hospitais e quando necessários escoltá-los para outras unidades penais.

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