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Camisas da Polícia Penal

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Diretor de presídio é exonerado por tortura
Outros seis agentes foram afastados dos cargos no presídio de Caratinga
Publicado no Jornal OTEMPO em 21/04/2011

ELA SALESA
FOTO: WILSON MARTINS/DIÁRIO DE CARATINGA
Período. Crimes de tortura no presídio de Caratinga teriam ocorrido durante mais de um anoAcusado de abuso de autoridade e de cometer atos de tortura, o diretor de segurança do presídio de Caratinga (Vale do Rio Doce), Nilton Rodrigues Júnior, foi exonerado do cargo. A decisão foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais na última segunda-feira, depois de 11 meses de investigações.

   Após o resultado dos exames de copo de delito realizados nos detentos, ficou comprovado o emprego de balas de borracha e de choques elétricos. De acordo com as vítimas, algumas sessões de tortura aconteciam ao som de músicas evangélicas, pois o ex-diretor de segurança queria "espantar os demônios" dos presos.

Nilton Rodrigues ocupava cargo comissionado e teve a exoneração assinada pelo subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade.

Mesmo com apurações em andamento, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (ALMG) continuou recebendo denúncias de tortura e agressões contra os detentos do presídio de Caratinga, confirmadas pela Pastoral Carcerária, por parentes de presos e por um agente penitenciário.

Para evitar novas torturas, os presos chegaram a ser transferidos para a unidade prisional de Ponte Nova (Zona da Mata). "Tivemos que requisitar a transferência devido à continuidade dos abusos", disse o deputado estadual Durval Ângelo.

Ficou constatado que as agressões ocorreram por um período de um ano e dois meses. Durante as investigações, Rodrigues alegou que as denúncias contra ele foram resultado de uma armação para derrubar a direção da unidade penitenciária, que teria conseguido "moralizar o estabelecimento".

Outros envolvidos. Vários detentos, familiares e agentes penitenciários foram ouvidos. Ficou comprovado também que seis agentes também participaram das sessões de tortura. Eles foram afastados e deverão responder judicialmente pelos abusos.

Muitos presos confirmaram que foram agredidos e que chegaram a presenciar agressões com outros colegas de cela", disse Durval Ângelo. O ex-diretor de segurança e os agentes penitenciários envolvidos negaram participação nos crimes.
Truculência
"As provas contra ele eram contundentes"
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), deputado Durval Ângelo (PT), criticou a demora na exoneração de Nilton Rodrigues Júnior, mas classificou a medida como "um avanço".

"Foi uma decisão extremamente acertada, pois as provas contra ele eram contundentes. Nem mesmo quando a comissão e a Subsecretaria de Administração Prisional passaram a apurar os fatos ele deixou de atuar com truculência e violência", declarou.

As denúncias de abusos cometidos pelo então diretor de segurança de Caratinga tiveram início em maio de 2010. Segundo a comissão, vinte testemunhas foram ouvidas e declararam que Júnior usava de violência para manter a ordem no presídio.

"Conforme depoimentos, ele chegou a quebrar o pé depois de chutar a cabeça de um detento", revelou o deputado. (GS)

Um comentário:

  1. TRISTE REALIDADE. Quando o Estado não oferece as condições adequadas para manter a ordem o servidor é OBRIGADO a resolver a situação com os meios que tem e, somente quando a coisa fica orrivel é que o "Durval" se faz presente. Este "antiSistema" só ganha atenção (real) em situações de desgraça. Fora isso o que reina é a "politicagem". A mídia, manipulada e manipuladora, aparece só para mascarar a situação. E NINGUÉM, se quer, menciona a valorização dos escravos agentes que, devido ao misero salario, são obrigados a ser vizinhos de criminosos, seus filhos são obrigados a dividir a sala de aula com filhos, irmãos, parentes de criminosos, só têm condições de frequentar lugares onde frequentam criminosos e o Estado não oferece a seus escravos, salario que permita viver em condições de dignidade nem condições de seguranaça. Se o Agente Prisional quiser ver alguma AUTORIDADE cobrar, para ele, situação de dignidade, terá que passar à situação de preso. O Agente É OBRIGADO a se render à corrupção e assédio dos criminosos porque o Estado é indiferente às pressões sofridas dentro e fora das prisões: Agentes e suas famílias vivem diariamente torturados pelo medo,pelas ameaças dos criminosos e, do outro lado, é torturado pela indiferença do Estado que prefere continuar dando tiros no próprio pé mantendo precariamente seus escravos para serem culpabilizados. Prefere continuar contratando viciados, ladrões, corruptos... farda-os para oferecê-los ao público quando falhas virem à tona. Argumenta que a culpa é de agentes corruptos etc...Expondo a tortura psicológica todos os Agentes possuidores de conduta ilibada, à opinião pública, a qual passa a os considerar como sendo inimigos da pior espécie. REALIDADE MISERÁVEL.

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